Após o despertar da sociedade acreana para a existência de facções criminosas que dominam as atividades do narcotráfico no Estado, ficou ainda mais evidente a faixa-etária recrutada pelo mundo do crime para atuar em atividades ilícitas.
Jovens de 14 a 25 anos se tornaram figurinhas carimbadas nas páginas policiais (Imagem Ilustrativa/Reprodução) |
Após o despertar da sociedade acreana para a existência de facções criminosas que dominam as atividades do narcotráfico no Estado, ficou ainda mais evidente a faixa-etária recrutada pelo mundo do crime para atuar em atividades ilícitas.
Jovens de 14 a 25 anos se tornaram figurinhas carimbadas nas páginas policiais, sejam em apreensões ou na lista de execuções que deixou em pânico a população acreana neste último ano.
As facilidades oferecidas pelos chamados “gerentes do crime” a jovens de mente ainda insegura sobre o futuro que pretendem ter ao alcançar a maioridade se tornam armas de sedução para a juventude acreana, que fantasia com uma realidade na qual a riqueza chega de forma rápida, apesar do alto preço a se pagar, ou seja, a própria vida.
A falta de estrutura familiar nas periferias acreanas faz com que os jovens sejam alvos ainda mais fáceis, devido ao fato de não terem uma base de aconselhamento e vivenciarem uma realidade completamente conturbada. O crime por muitas vezes, além de uma forma rápida de enriquecer, parece uma válvula de escape dos anseios e agonias do dia a dia.
A professore da rede pública M. O. C revelou à reportagem da ContilNet que nos últimos cinco anos trabalhou em três escolas da rede pública do Estado e encarou diversas situações muito preocupantes.
“É uma realidade bem complicada, na maioria das vezes o aluno mais problemático não tem estrutura familiar. É a ausência de um pai, ou uma mãe que não se importa e o jovem acaba achando abrigo nos ‘amigos’. A influência é uma coisa muito grave sobre mentes fracas e não preparadas”, disse a professora.
Ao ser questionada a respeito de possíveis ex-alunos que acabaram abandonando o ensino público para ingressar na vida do crime, a professora nos revela:
“Já aconteceu mais de uma vez até. Eles evitam falar sobre, mas quando confiam no professor acabam nos transformando em porto seguro e confessando coisas da vida pessoal. Já tive alunos que disseram que caso eu precisasse de proteção, ou um ‘ajuda a mais’ era só telefonar que estavam a disposição. Já cheguei a recuperar uma televisão que tinha sido furtada da minha casa, pelo simples fato de ter comentado isso em sala de aula. Um aluno ouviu e a TV apareceu na minha casa com um bilhete com os dizeres ‘tamo junto prof’. É trágico, mas sinceramente fiquei agradecida”, pontuou a docente.
Da redação do PORTAL DO JURUÁ com informações do site Contilnet
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