Fotos enviadas por familiares mostraram os presos do Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, com várias marcas de agressões.
Fotos enviadas por familiares mostraram os presos do Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, com várias marcas de agressões. Segundo os parentes, as agressões iniciaram após a morte do agente penitenciário Gilcir Silva Vieira, de 38 anos, executado a tiros na quarta-feira (30).
A direção do presídio nega as acusações dos familiares. O diretor da unidade, Saulo Santos, pediu para que eles procurassem a Justiça para denunciar as supostas agressões. Ele alegou ainda que no dia da morte do servidor, presos iniciaram um motim gritando nomes de facções para afrontar a equipe plantonista.
"Diante disso, os colegas foram acionados para um procedimento de revista e alguns presos de posse de alguns facões artesanais não respeitaram, porque, infelizmente, estavam revoltados porque tínhamos bloqueado a fuga de 21 detentos e fizemos apreensões de alguns celulares nos últimos dias", argumentou.
O G1 tentou falar com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), mas não obteve retorno até esta publicação.
Em luto pela morte do colega de profissão, agentes penitenciários acamparam em frente a unidade prisional, nesta sexta (1). As visitas, banho de sol e outros benefícios foram suspensos por um período de sete dias.
Juliane Morais, de 24 anos, esposa de um preso questiona a decisão dos agentes de fazerem o movimento. Ela afirma que os detentos são torturados e oprimidos nas celas
"Temos provas, tem um preso que foi agredido e ainda não voltou para a cela. Queremos saber como vai ficar essa situação. Se alguém matou um agente fora do presídio, como é que os presos vão pagar por esse crime? Se não tem nenhum preso machucado por que não permitem a entrada nem dos advogados no presídio?”, questionou.
"De certa forma, a gente se deixa levar pela emoção, mas tem que aplicar a razão porque somos cidadãos que prestamos serviço à sociedade. Diante disso, a categoria havia deliberado um protesto e luto por sete dias para que fosse uma espécie de homenagem póstuma para o colega", complementou.
O presidente da OAB no Juruá, Tota Filho, conta que os advogados voltaram a ter a entrada liberada ainda na sexta-feira. Ele diz que os agentes reivindicaram melhorias no presídio, que devem ser oficializadas pela ordem.
“Nossa preocupação é que essa atitude deles de não deixarem os advogados entrarem para fazer atendimentos causasse um clima de tensão – como causou. Mas, quando chegamos lá, percebemos que eles também queriam ser ouvidos", explica.
De acordo com o presidente, a categoria pede contratação de mais agentes e melhorias na estrutura do trabalho. "Eles alegam, inclusive, que os novos blocos feitos na ampliação estão fora do que pede a legislação. Ficamos de oficializar esse documento para o CNJ [Conselho Nacional de Justiça]”, conta.
Outro pedido é que os dois suspeitos de ter matado o agente fossem levados para Rio Branco. Segundo Filho, o pedido também foi atendido. O advogado disse ainda que não houve visita nas celas e, por isso, não tinha informações se algum preso estava realmente machucado.
“Na verdade, nós, nesse ponto, quisemos respeitar o luto deles. Até por conta da situação, numa questão dessa pra gente entrar nas celas, precisa de um certo planejamento de segurança e por conta do luto deles não era o momento pra isso”, enfatiza.
Presos estariam sendo torturados no presídio de Cruzeiro do Sul após morte de agente, diz familiares (Foto: Arquivo pessoal) |
"Diante disso, os colegas foram acionados para um procedimento de revista e alguns presos de posse de alguns facões artesanais não respeitaram, porque, infelizmente, estavam revoltados porque tínhamos bloqueado a fuga de 21 detentos e fizemos apreensões de alguns celulares nos últimos dias", argumentou.
O G1 tentou falar com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), mas não obteve retorno até esta publicação.
Em luto pela morte do colega de profissão, agentes penitenciários acamparam em frente a unidade prisional, nesta sexta (1). As visitas, banho de sol e outros benefícios foram suspensos por um período de sete dias.
Juliane Morais, de 24 anos, esposa de um preso questiona a decisão dos agentes de fazerem o movimento. Ela afirma que os detentos são torturados e oprimidos nas celas
"Temos provas, tem um preso que foi agredido e ainda não voltou para a cela. Queremos saber como vai ficar essa situação. Se alguém matou um agente fora do presídio, como é que os presos vão pagar por esse crime? Se não tem nenhum preso machucado por que não permitem a entrada nem dos advogados no presídio?”, questionou.
Reunião e protesto
Ainda segundo o diretor, o juiz da Vara de Execuções Penais, membros da Ordem dos Advogados do Brasil e diretoria do Sindicato dos Agentes participaram de uma reunião nesta sexta para atender pedidos dos agentes. Segundo Santos, ficou acertado o luto de sete dias e, nesse período, as regalias continuam suspensas."De certa forma, a gente se deixa levar pela emoção, mas tem que aplicar a razão porque somos cidadãos que prestamos serviço à sociedade. Diante disso, a categoria havia deliberado um protesto e luto por sete dias para que fosse uma espécie de homenagem póstuma para o colega", complementou.
O presidente da OAB no Juruá, Tota Filho, conta que os advogados voltaram a ter a entrada liberada ainda na sexta-feira. Ele diz que os agentes reivindicaram melhorias no presídio, que devem ser oficializadas pela ordem.
“Nossa preocupação é que essa atitude deles de não deixarem os advogados entrarem para fazer atendimentos causasse um clima de tensão – como causou. Mas, quando chegamos lá, percebemos que eles também queriam ser ouvidos", explica.
De acordo com o presidente, a categoria pede contratação de mais agentes e melhorias na estrutura do trabalho. "Eles alegam, inclusive, que os novos blocos feitos na ampliação estão fora do que pede a legislação. Ficamos de oficializar esse documento para o CNJ [Conselho Nacional de Justiça]”, conta.
Outro pedido é que os dois suspeitos de ter matado o agente fossem levados para Rio Branco. Segundo Filho, o pedido também foi atendido. O advogado disse ainda que não houve visita nas celas e, por isso, não tinha informações se algum preso estava realmente machucado.
“Na verdade, nós, nesse ponto, quisemos respeitar o luto deles. Até por conta da situação, numa questão dessa pra gente entrar nas celas, precisa de um certo planejamento de segurança e por conta do luto deles não era o momento pra isso”, enfatiza.
Com informações do G1 Acre
PORTAL DO JURUÁ - Noticias e informações de Cruzeiro do Sul, Juruá e do Acre, sempre com imparcialidade e o compromisso da verdade.
COMENTÁRIOS