O deputado federal Jair Bolsonaro(RJ) lidera a preferência do eleitorado evangélico na disputa pelo Palácio do Planalto.
Pesquisa exclusiva feita pelo Ideia Big Data a pedido de VEJA aponta deputado como o preferido dos fiéis de todas as vertentes evangélicas
Candidato do PSL à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro(RJ) lidera a preferência do eleitorado evangélico na disputa pelo Palácio do Planalto. Segundo pesquisa exclusiva feita pelo Ideia Big Data a pedido de VEJA, o capitão da reserva do Exército está na dianteira da corrida presidencial entre adeptos de todas as vertentes da religião (Pentecostal, Batista, Protestante e Neopentecostal, entre outras) nos dois cenários eleitorais testados: com e sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.Os evangélicos são cerca de um terço da população brasileira e, conforme o Ibope, representam cerca de 27% dos eleitores do país, proporção nada desprezível que a cada dois anos leva candidatos aos mais diversos cargos à busca pelo apoio político de líderes religiosos.
Entre os evangélicos pentecostais, levando em conta o petista entre os candidatos ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro tem 25% da preferência, Lula tem 24% e a ex-ministra Marina Silva (Rede), que é fiel da Assembleia de Deus, 13%. Brancos e nulos somam 9% e indecisos, 8%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Considerando os evangélicos batistas, Bolsonaro tem 28% das intenções de voto, ante 22% do ex-presidente e 13% do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Brancos e nulos são 10% entre os batistas e indecisos somam 9%.
O candidato do PSL também lidera entre os evangélicos protestantes, neopentecostais e outras vertentes, com 31% da preferência. Lula, neste caso, tem 26% das intenções de voto e Marina, 7%, empatada na margem de erro com Ciro Gomes (PDT), com 6%. Brancos e nulos totalizam 17% e indecisos, 5%.
A preferência pelo candidato do PSL pode ser explicada, em parte, pelo conservadorismo do eleitor evangélico a respeito de costumes e pela posição contrária dos fiéis a temas como aborto e legalização das drogas, combatidos por Jair Bolsonaro em seu discurso.
O presidenciável tinha como “plano A” à vaga de vice em sua chapa o senador Magno Malta (PR-ES), que é pastor evangélico e o acompanhou na Marcha Para Jesus, tradicional evento evangélico, em maio. A negociação naufragou por resistência do PR e a decisão de Malta em concorrer à reeleição ao Senado.
Cenário sem Lula
Com Lula fora da disputa pela Presidência – possibilidade jurídica mais provável, com o enquadramento do petista, condenado em segunda instância, na Lei da Ficha Limpa – Jair Bolsonaro mantém a liderança e oscila dentro da margem de erro na preferência dos evangélicos em relação aos cenários com o ex-presidente.Diante da pulverização da preferência dos fiéis por Lula e do crescimento do número de indecisos, contudo, a vantagem dele em relação aos demais candidatos aumenta. O candidato indicado pelo PT e apoiado pelo ex-presidente marca, no máximo, 13% das intenções de voto.
Entre os evangélicos pentecostais, Bolsonaro tem 27% da preferência, ante 15% de Marina Silva e 8% do candidato petista ungido por Lula. Brancos e nulos somam 15% e indecisos são 18%.
O deputado federal tem 28% da preferência dos evangélicos batistas, vertente em que Marina e Geraldo Alckmin aparecem empatados com 9%. O candidato do PT e o senador Alvaro Dias (Podemos) também ficam em igualdade, com 5% cada. Brancos e nulos são 14% entre os batistas, entre os quais 25% estão indecisos.
A preferência dos evangélicos protestantes, neopentecostais e outras vertentes por Jair Bolsonaro é de 28% no cenário sem Lula. Nesta circunstância, o indicado pelo PT tem 13%, à frente de Marina Silva, com 8%, e Ciro Gomes, com 7%. Brancos e nulos correspondem a 23% das intenções de voto e indecisos totalizam 12%.
A pesquisa do Ideia Big Data entrevistou 2.036 eleitores no total, distribuídos entre 134 municípios em 25 estados e no Distrito Federal, entre os dias 20 e 23 de julho. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a identificação BR-04178/2018.
Por João Pedroso/Revista Veja
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